CDB vs. LCI/LCA vs. Debêntures incentivadas: onde seu dinheiro rende mais em 2025?
Compare CDB, LCI/LCA e debêntures incentivadas em 2025. Veja impostos, liquidez e riscos para escolher o maior rendimento líquido.
Introdução: renda fixa em alta, foco no líquido.
Quando a Selic está parruda, a renda fixa vira a queridinha do investidor brasileiro. Mas “quem rende mais” não se resolve só com a taxa de vitrine: a disputa real considera prazo, liquidez, imposto e risco do emissor.
Neste guia prático, vamos comparar CDB, LCI/LCA e debêntures incentivadas, pensando no líquido no bolso e na sua paz de espírito.
A regra de ouro? O melhor investimento é o que encaixa no seu objetivo e deixa você dormir tranquilo.
Gatilho: você precisa do dinheiro em 6, 18 ou 60 meses? Essa resposta já corta metade das opções.
Conceitos express sem juridiquês.
- CDB: título emitido por bancos, pode ser pós (CDI), prefixado ou IPCA+. Conta com FGC até os limites.
- LCI/LCA: títulos de imobiliário (LCI) e agronegócio (LCA), isentos de IR para pessoa física, também com FGC.
- Debêntures incentivadas: emitidas por empresas de infraestrutura, isentas de IR para PF, sem FGC, usualmente IPCA+ ou prefixadas, prazos mais longos.
Tradução do investidor para investidor: FGC protege (até o limite), isenção melhora o líquido, carência limita a saída, e marcação a mercado pode mexer no preço antes do vencimento.
Como comparar “maçã com maçã”
Benchmarks:
- CDI (pós): acompanha os juros de curto prazo, previsível e estável.
- IPCA+: protege poder de compra no horizonte longo.
- Prefixado: brilha quando os juros caem; sofre se subirem.
Liquidez:
- CDB pode ter liquidez diária (D+0/D+1).
- LCI/LCA costuma ter carência (travado até o vencimento).
- Debêntures negociam no mercado secundário: dá para vender antes, mas o preço oscila.
Imposto:
- CDB: IR regressivo (22,5% até 15%, conforme prazo).
- LCI/LCA: isentas de IR.
- Debêntures incentivadas: isentas de IR (PF).
Cola do bem: compare líquido x prazo x liquidez. Taxa bruta alta sem saída fácil pode virar cilada.
Tabela 1: comparativo rápido (bem compacta)
| Produto. | FGC? | Liquidez. | Ideal para |
|---|---|---|---|
| CDB. | Sim (limites). | Pode ser diária. | Reserva e metas de curto/médio. |
| LCI/LCA | Sim (limites). | Em geral, travada. | Metas de 1-3 anos sem IR. |
| Debêntura Inc. | Não. | Mercado (oscila) | Longo prazo com IPCA+ |
Nota FGC: até R$ 250 mil por CPF por instituição; teto global R$ 1 milhão/4 anos.
Qual é “melhor” por objetivo: mapa do bolso?
0-12 meses (reserva e oportunidades)
- CDB pós-CDI com liquidez diária. Aqui, a palavra mágica é flexibilidade. Se pintar aperto, você resgata sem drama.
1-3 anos (carro, intercâmbio, reforma)
- LCI/LCA com taxa firme frequentemente batem o CDB no líquido por conta da isenção. O trade-off é a carência: calcule para não precisar sair antes.
3-7 anos (pós, segundo imóvel, negócio)
- Debêntures incentivadas IPCA+ protegem contra inflação e costumam pagar um prêmio. Pedem análise de emissor, sangue-frio com marcação a mercado e visão de longo prazo.
Renda passiva e diversificação.
- Combine CDI + IPCA+ + (eventual) prefixado. Essa mistura suaviza a montanha-russa e casa os prazos com os seus planos.
Tributação e custos: o que pesa no líquido.
CDB (IR regressivo):
- Até 180 dias: 22,5%.
- 181-360 dias: 20%.
- 361-720 dias: 17,5%.
- Acima de 720 dias: 15%.
- IOF só se resgatar em até 30 dias.
LCI/LCA: isentas de IR (PF).
Debêntures incentivadas: isentas de IR (PF).
Plataformas: muitas zeraram custódia na renda fixa, mas confira spreads e taxas específicas por emissão.
Tabela 2 Tributação e riscos (bem compacta)
| Produto. | IR (PF) | Volatilidade. | Atenção: |
|---|---|---|---|
| CDB. | Regressivo (22,5% → 15%) | Baixa-se até vencimento. | Checar indexador e D+0/D+1. |
| LCI/LCA | Isento. | Baixa-se até vencimento. | Carência: planeje o prazo. |
| Debêntura Inc. | Isento. | Média/alta (marcação) | Sem FGC; olhar rating/covenants. |
Lembrete de ouro: isenção não “salva” investimento ruim. Se a taxa não compensa o prazo/risco, passa.
Estratégias de carteira: regra dos baldes.
Curto (0-12m): CDB pós com liquidez diária para caixa e imprevistos.
Médio (1-3a): LCI/LCA travada quando a taxa supera o CDB líquido.
Longo (3-7+a): Debêntura incentivada IPCA+ para proteger poder de compra; se preferir evitar risco corporativo, um CDB IPCA+ longo pode ser alternativa mais “pacífica”.
Rebalanceamento inteligente.
- Queda de juros: prefixados/IPCA+ tendem a valorizar; dá para realizar parte e realocar.
- Alta de juros: alongue prazos com parcimônia, mantenha caixa para oportunidades.
Quando buscar assessoria de investimentos?
- Se o patrimônio cresceu, a carteira ficou complexa ou a tributação começou a confundir, uma assessoria de investimentos ajuda a desenhar política, comparar prazos e evitar tropeços.
Planejamento financeiro e previdência privada.
- Objetivos claros + aportes regulares = constância que vence no longo. Avalie previdência quando fizer sentido (diversificação fiscal e sucessória).
Passo a passo (5 min, vida real)
- Escolha a plataforma.
Compare variedade de emissões, prazos e simulador (mostrando líquido). - Leia a lâmina/term sheet.
Veja indexador, vencimento, carência, riscos e custos. - Simule o líquido.
Inclua IR/IOF (quando houver) e eventuais taxas. Se há chance de sair antes, teste esse cenário. - Compre e acompanhe.
Ative alertas de vencimento e faça revisões semestrais para ajustar alocação.
Erros comuns (e como escapar)
- Focar na taxa bruta e ignorar imposto/custos.
- Ignorar carência (LCI/LCA) e precisar do dinheiro no meio do caminho.
- Subestimar risco do emissor em debêntures (não tem FGC).
- Concentrar tudo num banco só (respeite os limites do FGC).
- Pular a leitura da lâmina (índice, prazo, riscos, custos).
Mini-FAQ (direto ao ponto)
LCI/LCA sempre ganham do CDB por serem isentas?
Não necessariamente.
Quando o CDB líquido fica alto, ele pode vencer. Compare prazo e taxa e lembre-se da carência das LCIs/LCAs.
Debêntura incentivada é segura para iniciante?
É isenta e pode ser ótima no longo, mas sem FGC. Exige olhar rating, setor, covenants e aceitar oscilação.
Como funcionam os limites do FGC?
Cobertura até R$ 250 mil por CPF por instituição (ou conglomerado), com teto global de R$ 1 milhão a cada 4 anos.